04/05/2024 03:34:58
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Delicadas, porém resistentes, assim são as orquídeas e também como deve ser o ser humano. Muitos não sabem, mas a jardinagem vem sendo prescrita como auxiliar no tratamento de diversos problemas psicológicos desde o século XVIII. As terapias horticulturais são métodos que colocam os pacientes em contato com a natureza, seja contemplando um jardim florido ou cultivando uma horta.
Para o grupo de terapia do PSF VIII, no bairro Bandeirantes, cultivar orquídeas, fazer jardinagem e ainda culinária se tornaram incentivo para cuidar mais da saúde física e mental. O projeto, de autoria das agentes comunitárias de saúde, Denise de Lemos e Edinete Oliveira, tem como objetivo auxiliar pacientes que enfrentam problemas emocionais, como depressão e ansiedade, por meio de atividades alternativas, promovendo a interação, compartilhando experiências, prevenindo o isolamento social e melhorando o tratamento.
“A gente começou com culinária, o segundo módulo foi jardinagem e o terceiro orquídeas, trabalhamos com pacientes com ansiedade e depressão e o intuito do grupo é unir, fazer amizades, tirar as pessoas do ócio e integrar na sociedade, na comunidade do PSF, criar um elo entre a unidade de saúde e o paciente”, explicou a ACS Denise. Nesta quinta-feira (27), foi realizada a confraternização de encerramento dos módulos.
Para a paciente Neiva Worst, as atividades do grupo, a princípio simples demais para alguns, revelam-se como uma poderosa restauração do bem-estar mental. “Foi ótimo participar, maravilhoso, a gente aprendeu sobre os erros mais comuns com as plantas e outras atividades, é bom que a gente faz amizades, encontra pessoas, é bom pra saúde, ocupa o tempo, a gente se diverte, dá risada, conversa e leva essa alegria pra casa e fica lembrando desses momentos bons”, comentou.
Para a realização das atividades, as ACSs buscaram parceria de secretarias municipais e da iniciativa privada e conseguiram ajuda de diversos apoiadores. A orquidófila Liliane Roratto Bellini ensinou, em um dos módulos do projeto, os processos de cultivo das orquídeas e como elas podem auxiliar as pessoas. “Todo mundo passa por um período de dificuldade e a gente tem que ser resistente e persistente, me identifico muito com as orquídeas por isso, apesar de ser delicada, exuberante, exótica, linda e algumas perfumada, além de tudo isso elas são muito resistentes e é isso que importa, a garra. A terapia com orquídeas faz com que a gente pense e pensar faz renovar células do nosso cérebro, evitando a gente envelhecer ou ficar estagnado numa atividade só. O que eu tinha a oferecer neste projeto é o meu conhecimento e isso foi muito gratificante”, contou emocionada.
Conforme a ACS Edinete, em pouco tempo de atividade com os grupos já é possível verificar resultados positivos. “É uma terapia pro paciente e para nós também, se não fosse o grupo, muitas estariam em casa sem fazer nada, a partir desses grupos nós incentivamos as pessoas a sair, conhecer, conversar. Alguns resultados já nos mostram a grande diferença, por exemplo, de um paciente vir ao posto não mais para marcar consulta ou algo assim, mas empolgado para participar de algo que mudou a vida dele e que faz muito bem”, enfatizou.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rafael Bespalez, o Programa de Saúde da Família tem o objetivo de fazer a integração do atendimento do posto com a comunidade, priorizando a prevenção. “É um sentimento familiar mesmo, esses grupos de prevenção fortalecem esse vínculo da parte preventiva com a comunidade. Não é um remédio, não é procedimento, mas é um trabalho que tem impacto muito importante na vida das pessoas. A gente agradece a participação da população e a confiança na equipe de saúde”, ressaltou.
Assim como o PSF VIII, do Bandeirantes, trabalhos de prevenção e terapia em grupo também são desenvolvidos nas outras unidades de saúde e também com a equipe do NASF. Quem tiver interesse, é só procurar o PSF mais próximo e verificar as informações.